A alagoana Gabriela Barros, de 21 anos, estudante de Publicidade e Propaganda e ativista em projetos de valorização da cultura negra, denunciou publicamente ter sido vítima de racismo ao ser demitida de uma empresa de consórcio localizada em Maceió após aparecer no trabalho com tranças.
O caso ganhou visibilidade nas redes sociais por meio de um vídeo em que Gabriela expõe o ocorrido. Segundo ela, a demissão foi motivada exclusivamente pela mudança de penteado. “A ex-chefe me disse: ‘Tire essa trança hoje. Se for para vir amanhã para a empresa, venha sem essas tranças. Estou te avisando’”, relatou a jovem. Ela também afirmou ter sido comparada de maneira pejorativa a uma funcionária branca, o que reforça o caráter discriminatório do episódio.
A denúncia foi registrada formalmente por meio de um boletim de ocorrência contra a ex-chefe e apresentada à Justiça do Trabalho, segundo a própria Gabriela. O caso, agora em trâmite, é mais um exemplo da violência estética e institucional que pessoas negras ainda enfrentam em ambientes corporativos.
Gabriela é militante desde 2022 e integra coletivos que promovem a visibilidade da juventude preta e periférica por meio da arte, da moda, da cultura e da produção de conteúdo digital. “Foi nesses projetos que adquiri consciência social e entendi que não posso me calar. Recebi muito apoio depois do caso”, declarou.
A repercussão nas redes gerou uma onda de solidariedade e apoio, especialmente entre movimentos antirracistas e organizações voltadas à equidade racial. Internautas exigem responsabilização da empresa e reforçam a importância de combater práticas racistas disfarçadas de “conduta profissional”.
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