Dia Mundial da Tartaruga reforça alerta sobre preservação marinha e tráfico de animais

Celebrado em 23 de maio, o Dia Mundial da Tartaruga tem como objetivo mobilizar a sociedade em torno da proteção desses animais milenares, que enfrentam graves ameaças à sua sobrevivência. A data foi instituída no ano 2000 pela organização norte-americana American Tortoise Rescue, com foco em alertar sobre os riscos ambientais e o tráfico ilegal que colocam em xeque a existência de tartarugas terrestres e marinhas em diversas partes do planeta.

As tartarugas fazem parte da história evolutiva da Terra há mais de 200 milhões de anos. No entanto, nos tempos atuais, muitas espécies encontram-se em perigo. A degradação de seus habitats naturais, o descarte inadequado de lixo nos oceanos, a pesca acidental e o comércio clandestino de cascos e ovos são alguns dos fatores que têm contribuído para a drástica redução de suas populações. O impacto do plástico no mar é especialmente cruel para as tartarugas marinhas, que frequentemente ingerem resíduos pensando se tratar de alimento. Esse material, ao ser consumido, pode causar bloqueios intestinais e levar os animais à morte.

No Brasil, a situação também é crítica. Cinco das sete espécies conhecidas de tartarugas marinhas são encontradas no litoral brasileiro, todas classificadas como ameaçadas de extinção. A tartaruga-de-pente, por exemplo, é uma das mais afetadas pela caça ilegal, já que seu casco é muito procurado para a fabricação de joias e objetos decorativos. Em contrapartida, o país conta com iniciativas de conservação reconhecidas internacionalmente, como o Projeto Tamar, que há mais de 40 anos atua na proteção desses animais por meio do monitoramento de ninhos, soltura de filhotes e ações de educação ambiental junto a comunidades costeiras.

Outro fator preocupante é o aquecimento global. Como a temperatura da areia influencia diretamente no sexo dos filhotes de tartaruga – com temperaturas mais elevadas favorecendo o nascimento de fêmeas –, as mudanças climáticas representam uma ameaça silenciosa à estabilidade genética e reprodutiva das espécies. A longo prazo, esse desequilíbrio pode comprometer o futuro das populações selvagens.

O tráfico de animais silvestres é uma das maiores ameaças à conservação das tartarugas no Brasil e no mundo. Apesar das legislações nacionais e acordos internacionais que proíbem o comércio de espécies ameaçadas, milhares de animais continuam sendo capturados e vendidos ilegalmente todos os anos. A fragilidade na fiscalização e o lucro envolvido na venda clandestina de animais ou partes deles tornam esse um problema persistente. Organizações ambientais e especialistas reforçam a importância de medidas educativas, campanhas públicas e reforço na aplicação da lei como ferramentas essenciais para frear essa prática.

Neste 23 de maio, o Dia Mundial da Tartaruga convida a sociedade a refletir sobre a responsabilidade coletiva na preservação da biodiversidade. Com ações coordenadas entre governos, instituições ambientais e população, ainda é possível garantir que as tartarugas, símbolos de resiliência e equilíbrio ecológico, continuem a fazer parte do nosso planeta por muitos séculos.


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