O mundo celebra neste 22 de maio o Dia Internacional da Biodiversidade, uma data que vai muito além de homenagens simbólicas e reforça um apelo urgente por ações concretas em defesa da vida na Terra. Instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU), o dia tem o objetivo de conscientizar a população mundial sobre a importância da biodiversidade e sobre os perigos crescentes que ameaçam os ecossistemas naturais do planeta.
A escolha da data remete à assinatura da Convenção sobre Diversidade Biológica, realizada durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Desde então, o 22 de maio passou a ser lembrado globalmente como um marco para a reflexão sobre a imensa variedade de espécies — animais, vegetais, microrganismos e ecossistemas — que sustentam a vida e os ciclos naturais.
Em 2025, o tema da campanha global da ONU é “Be Part of the Plan” (Seja Parte do Plano). A iniciativa convida governos, empresas, organizações e cidadãos a se comprometerem com o cumprimento das metas estabelecidas no Marco Global da Biodiversidade, acordado na COP15, em Montreal, no Canadá. Entre os principais compromissos estão: proteger ao menos 30% das áreas naturais do planeta até 2030, restaurar ecossistemas degradados e eliminar subsídios prejudiciais à natureza.
De acordo com estudos recentes divulgados pela Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES), cerca de um milhão de espécies estão atualmente ameaçadas de extinção, muitas delas já em risco crítico. A degradação ambiental, o desmatamento, a poluição dos oceanos e rios, a urbanização desordenada, a monocultura e as mudanças climáticas são apontados como os principais fatores de perda da biodiversidade.
O Brasil, país mais biodiverso do mundo, abriga entre 15% e 20% de todas as formas de vida do planeta. Seus seis biomas — Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal e Pampa — enfrentam pressões constantes. Ambientalistas denunciam o avanço de projetos que fragilizam a legislação ambiental, como a proposta da nova Lei Geral de Licenciamento, apelidada de “PL da Devastação”, atualmente em debate no Congresso Nacional.
A data também é marcada por ações de educação ambiental, campanhas de reflorestamento, encontros acadêmicos e mobilizações populares em vários países. Escolas, universidades e organizações da sociedade civil promovem debates sobre o papel da biodiversidade na segurança alimentar, na saúde humana, na economia e no combate às mudanças climáticas.
O Dia Internacional da Biodiversidade é, portanto, mais que um símbolo: é um chamado à ação. Preservar a biodiversidade não é uma tarefa apenas de cientistas ou ambientalistas, mas uma responsabilidade compartilhada por toda a humanidade. Em tempos de emergência climática, proteger a vida em sua diversidade é também garantir o futuro da própria espécie humana.
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