Queda de balão em Santa Catarina termina com salto heroico e resgate dramático

 23 de junho de 2025

O que era para ser um voo panorâmico sobre as belezas naturais de Praia Grande (SC) terminou em uma sequência dramática de fogo, fratura e sobrevivência. O paraquedista colombiano Jhovanny López, de 33 anos, sobreviveu após saltar de um balão em chamas, segurando a própria perna fraturada, numa queda que beirou o impossível. Ele, sua esposa e o piloto da aeronave escaparam da tragédia, mas com marcas físicas e emocionais que devem durar para sempre.


 O acidente

Na manhã de quarta-feira (25), um balão de passeio que sobrevoava a região entre Praia Grande e São João do Sul, no sul de Santa Catarina, perdeu altitude abruptamente e sofreu uma falha crítica no sistema de gás. O cilindro de propano se soltou dentro da cesta e provocou um incêndio em pleno voo. Desesperado e com a aeronave em queda, Jhovanny decidiu saltar — mesmo com uma das pernas fraturadas.

“Eu vi minha perna balançando, solta. Pensei: se eu não pular agora, não volto pra casa”, contou ele, emocionado, em vídeo publicado nas redes.


O salto da sobrevivência

Mesmo ferido, o paraquedista conseguiu acionar seu equipamento e conduzir o pouso, aterrissando em uma área de lama e vegetação que ajudou a amortecer o impacto. Ele ficou cerca de uma hora e meia gritando por socorro, até ser encontrado por um morador da região.

“Quando aterrissei, só pensava na minha filha de 1 ano e 9 meses. Ela me deu força para não desmaiar”, disse Jhovanny, que teve fratura no fêmur, queimaduras no rosto e braços e traumatismo craniano leve.


 O socorro e o incêndio

Equipes do Corpo de Bombeiros chegaram ao local e combateram as chamas na estrutura do balão. O fogo, alimentado pelo gás vazando do cilindro, ameaçava se espalhar por uma mata próxima, mas foi controlado antes de atingir residências.

A esposa de Jhovanny e o piloto do balão também sofreram ferimentos e foram hospitalizados. Ambos estão conscientes e fora de risco.


 O tratamento e a recuperação

Jhovanny foi atendido inicialmente no Hospital Nossa Senhora de Fátima, em Praia Grande, depois transferido para o Hospital Regional de Araranguá e, por fim, levado para Sorocaba (SP), onde mora com a família. Ele passará por cirurgias ortopédicas e tratamentos para as queimaduras, mas o quadro é considerado estável.


 A investigação

A empresa responsável pelo passeio, Grillo Balonismo, divulgou uma nota afirmando que está prestando apoio aos feridos e colaborando com as investigações. A Prefeitura de Praia Grande, junto à Confederação Brasileira de Balonismo, abriu uma apuração formal sobre o acidente.

A região é conhecida por seus passeios de balão e atrai centenas de turistas todos os meses. Agora, a segurança dessas operações entra em xeque.


 Reflexão e milagre

“Foi Deus quem segurou aquele paraquedas”, disse um socorrista que esteve no local. O episódio reacende o debate sobre a regulamentação do balonismo turístico no Brasil, um setor que cresce, mas que ainda carece de fiscalização rigorosa.














O salto de Jhovanny, mesmo cercado de lama, dor e fogo, virou símbolo de resistência. E enquanto ele se recupera ao lado da esposa e da filha, uma certeza ecoa: não foi apenas um salto pela vida — foi um grito contra o improviso em nome do lazer.

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