Incêndio em arranha-céus de Hong Kong deixa 128 mortos após dois dias de combate


O Corpo de Bombeiros de Hong Kong anunciou, na manhã desta sexta-feira (28), que concluiu o combate ao incêndio que atingiu o conjunto de arranha-céus Wang Fuk Court, no distrito de Tai Po, depois de quase 48 horas de operação ininterrupta. O balanço atualizado é devastador: 128 mortos, além de 79 feridos e cerca de 200 pessoas ainda desaparecidas, segundo autoridades locais.

O fogo começou na quarta-feira (26) em uma área de reforma externa do edifício, avançando rapidamente por andaimes de bambu e painéis de isolamento que revestiam parte das torres. Esses materiais altamente inflamáveis funcionaram como uma rota acelerada para a propagação das chamas, permitindo que o incêndio envolvesse sete das oito torres do complexo em poucos minutos.

Moradores relataram que não ouviram alarmes de incêndio funcionando, o que pode ter contribuído para o número elevado de vítimas. Muitos residentes ficaram presos nos andares superiores, enquanto equipes de resgate tentavam abrir caminho por corredores completamente tomados pela fumaça. Os bombeiros trabalharam por cerca de 43 horas até declararem a extinção das chamas.

O governo de Hong Kong confirmou que entre os mortos está ao menos um bombeiro que atuava na linha de frente do resgate. Abrigos temporários foram montados em escolas e centros comunitários para receber os mais de 4 600 moradores do complexo, muitos dos quais perderam tudo no incêndio.

A polícia confirmou a prisão de três pessoas ligadas à empresa responsável pela reforma do prédio, incluindo o engenheiro-chefe da obra. As detenções ocorreram sob suspeita de negligência e homicídio culposo, já que a investigação preliminar aponta falhas graves nos protocolos de segurança e na instalação da estrutura de andaimes.

O desastre reacendeu o debate sobre normas de segurança em reformas de prédios altos em Hong Kong, especialmente no uso tradicional de andaimes de bambu — técnica comum na cidade, mas que passa a ser questionada após um dos piores incêndios urbanos do território em décadas. Autoridades afirmaram que a investigação completa deve durar semanas e poderá resultar em mudanças regulatórias profundas para obras de grande porte.


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