Médico-influencer Gabriel Almeida vira alvo de operação da PF e recebe censura ética: entenda o caso

O médico Gabriel Almeida, conhecido por sua forte presença nas redes sociais e por atender personalidades públicas, tornou-se centro de uma das maiores controvérsias do setor de saúde em 2025. Com quase 750 mil seguidores e carreira marcada por forte apelo digital, Almeida agora enfrenta investigações criminais e sanções éticas que reacenderam o debate sobre marketing médico e segurança sanitária no Brasil.

Carreira e ascensão nas redes

Cirurgião geral, empresário e palestrante, Gabriel Almeida ganhou visibilidade ao promover tratamentos de emagrecimento e programas de saúde em suas plataformas digitais. Fundador do Núcleo GA, ele também oferece cursos na área da saúde e se consolidou como figura pública entre influenciadores e celebridades.

O estilo direto, a linguagem motivacional e o discurso focado em “resultados rápidos” o transformaram em referência para muitos pacientes — ao mesmo tempo em que despertaram críticas de especialistas sobre a banalização de procedimentos médicos.

Censura pública por infrações éticas

Em 2025, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb) aplicou ao médico uma censura pública, penalidade prevista no Código de Ética Médica.

A decisão decorre de um processo ético-profissional que apurou condutas consideradas irregulares, como problemas na emissão de documentos e práticas incompatíveis com diretrizes legais.

A censura não impede o exercício da medicina, mas torna pública a infração e integra o histórico profissional do médico.

Operação Slim: PF investiga suposto esquema de medicamento irregular

A situação de Gabriel Almeida se agravou quando ele foi incluído no alvo da Operação Slim, deflagrada pela Polícia Federal em novembro de 2025.

A investigação apura um suposto esquema de manipulação, envase e comercialização clandestina de tirzepatida — substância presente em medicamentos de alto custo usados para diabetes e emagrecimento, como o Mounjaro.

Segundo a PF, o grupo investigado atuava sem autorização da Anvisa e sem cumprir requisitos de segurança sanitária. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em quatro estados, incluindo clínicas e laboratórios associados ao médico.

Defesa nega envolvimento

A defesa de Gabriel Almeida afirma que o médico não participou de qualquer fabricação ilegal e atuou apenas como prescritor autorizado. Advogados alegam que ele sempre agiu de forma transparente, seguindo normas vigentes, e que está colaborando com as autoridades.

O caso, até o momento, não resultou em condenação, e as investigações seguem em andamento.

Impacto e repercussões

A repercussão do caso expôs fragilidades no setor de saúde digital e reacendeu preocupações sobre:


  • o marketing agressivo de tratamentos para emagrecimento;

  • a busca por medicamentos “da moda”;

  • o uso de redes sociais para promoção de terapias sem adequada contextualização médica;

  • a crescente influência de médicos-influenciadores sobre milhares de seguidores.

Especialistas alertam que a popularização de substâncias usadas para perda de peso, quando fora do rigor sanitário, pode representar riscos sérios à saúde pública.

Situação atual

Gabriel Almeida segue exercendo a medicina e mantém presença digital, embora tenha perdido parte de seus perfis temporariamente durante as ações da PF.

O médico não foi formalmente acusado no âmbito criminal até o momento, mas a censura pública e a investigação federal marcam um duro revés em sua trajetória.


Notícia anterior
Jornalistas que cobrem Elon Musk têm contas no Twitter suspensas
Próxima notícia
Médico-influencer Gabriel Almeida vira alvo de operação da PF e recebe censura ética: entenda o caso
upload\05052025043848.jpegupload\05052025044326.jpeg

Notícias relacionadas