Incêndio devastador em Wang Fuk Court, em Tai Po

Um incêndio de grandes proporções destruiu, a partir da tarde de quarta-feira (26 de novembro de 2025), um conjunto residencial de torres altas em Tai Po — o Wang Fuk Court — num dos piores desastres urbanos da história recente de Hong Kong. Segundo autoridades locais, o número de mortos subiu para pelo menos 83 pessoas. 

As chamas teriam começado nos andaimes de bambu e nas malhas plásticas verdes que envolviam os prédios, parte das obras de reforma das fachadas. O fogo se espalhou rapidamente, atingindo sete dos oito prédios do complexo, cada um com cerca de 31 a 32 andares e quase 2 mil unidades residenciais. 

Dimensão da tragédia e esforços de resgate

Equipes de emergência — bombeiros, paramédicos e policiais — foram mobilizadas em grande escala: centenas de viaturas e centenas de socorristas atuaram no combate ao fogo e na busca por sobreviventes. Mesmo com o fogo controlado em grande parte dos blocos, alguns trechos ainda apresentavam focos ativos, sobretudo nos andares superiores, dificultando o resgate. 

Além dos mortos, há dezenas de feridos — dezenas em estado grave — e cerca de 279 pessoas continuam desaparecidas, conforme balanço oficial. 

Muitos moradores foram removidos de emergência e realocados em abrigos temporários. Autoridades locais admitiram que o incêndio representa “uma catástrofe massiva” e declararam início imediato de investigação para apurar responsabilidades. 

Indícios de negligência: andaimes e materiais inflamáveis

Investigadores apontam que fatores de risco comuns contribuíram para a rapidez e gravidade da tragédia. Entre as possíveis causas estão: andaimes de bambu cobertos por malha plástica — já em uso nas obras de reforma —, além de revestimentos inflamáveis nas janelas perto dos elevadores. Tais itens não cumpririam normas de segurança contra incêndio. 

Três pessoas ligadas à empresa responsável pela reforma foram detidas sob suspeita de homicídio culposo. A polícia informou que a negligência pode ter sido decisiva para o descontrole e propagação rápida das chamas. 

Reações, impacto social e o futuro do conjunto habitacional

A tragédia despertou choque em Hong Kong e no mundo. Autoridades anunciaram apoio emergencial às vítimas — acolhimento, assistência médica e auxílio para realocação. Também foi determinada a inspeção imediata de outros conjuntos sob reforma na cidade. 

Para muitos moradores, a perda vai além de bens materiais — trata-se de vidas e de um laço comunitário que se desfaz em questão de horas. Em meio à dor e ao luto, cresce o debate sobre segurança, fiscalização e os riscos antigos de métodos tradicionais de construção tão presentes em Hong Kong.


Notícia anterior
Jornalistas que cobrem Elon Musk têm contas no Twitter suspensas
Próxima notícia
Diferenças entre as prisões de Bolsonaro: PF, domiciliar e Papuda
upload\05052025043848.jpegupload\05052025044326.jpeg

Notícias relacionadas