Uma operação da Polícia Civil desmontou parte da estrutura do tráfico de drogas em Mata de São João, Região Metropolitana de Salvador, com a prisão de um dos principais líderes da facção Bonde do Maluco (BDM) na região. Conhecido como “Rato”, o suspeito foi capturado nesta quarta-feira (16), em uma ação que também resultou na apreensão de armas, drogas e celulares utilizados para coordenar atividades criminosas.

A operação, coordenada por agentes da 1ª Delegacia Territorial, ocorreu após semanas de investigação que ligavam o homem a um homicídio ocorrido em junho, além de movimentações suspeitas ligadas ao tráfico local.

 Alvo de investigação por assassinato

Segundo a Polícia Civil, o homem estava sendo monitorado desde o assassinato de André Luiz da Silva Rego, ocorrido no início do mês passado. A vítima, que possuía antecedentes por assalto e envolvimento com rivais do BDM, foi executada com sinais de tortura e tiros em uma área de mata no distrito de Amado Bahia. A brutalidade do crime chamou atenção das autoridades, que suspeitam que a ordem partiu diretamente de “Rato”.

 Prisão e apreensões

No cumprimento do mandado de prisão, os policiais surpreenderam o suspeito em uma casa que funcionava como ponto de apoio do grupo. No local, foram encontrados:

Uma pistola calibre 9 mm com numeração raspada

Dois carregadores e 42 munições

Um tablete de maconha e pacotes fracionados da droga

21 papelotes de cocaína

Um punhal

Uma balança de precisão

Três celulares utilizados para comunicação da facção

O homem foi preso em flagrante por tráfico de drogas, porte ilegal de arma de uso restrito e permanece detido à disposição da Justiça. A arma passará por perícia balística, que pode associá-la a outros crimes da região.

 Comunicação criminosa e estrutura em rede

Com a apreensão dos celulares, a polícia espera avançar na identificação de outros integrantes do grupo, inclusive superiores hierárquicos ligados ao tráfico em Salvador e cidades vizinhas. “Rato” era apontado como responsável por repassar ordens diretas de execuções e movimentar a distribuição de entorpecentes na região do litoral norte.

“É uma prisão estratégica. Com ela, desarticulamos uma cadeia de comando e abrimos caminho para novas prisões. Agora é aprofundar as informações”, declarou o delegado responsável pela operação.

 Justiça e próximos passos

O preso responderá por pelo menos três crimes graves e deve ser transferido para o sistema prisional nos próximos dias. A Polícia Civil não descarta novas fases da operação, que pode atingir núcleos de lavagem de dinheiro e logística da facção.

 Guerra entre facções e impacto na população

Mata de São João tem sido palco de disputas territoriais entre grupos rivais nos últimos anos. Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, o município registrou aumento de 22% nos homicídios relacionados ao tráfico entre 2024 e 2025. Moradores convivem com ameaças, toque de recolher informal e jovens sendo cooptados para o crime.

“A gente vive com medo. Essa prisão foi um alívio, mas enquanto o sistema não for desmontado por completo, a tensão continua”, desabafa uma moradora que não quis se identificar.

Conclusão

A prisão de “Rato” representa um golpe significativo no crime organizado na região de Mata de São João. Porém, como apontam autoridades e moradores, ela é apenas parte de um quebra-cabeça maior, que exige continuidade nas investigações, investimento em inteligência policial e políticas públicas eficazes para frear o avanço das facções.

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