Na manhã de 22 de novembro de 2025, a prisão preventiva de Bolsonaro foi determinada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e ele foi levado para a sede da Polícia Federal (PF) em Brasília — encerrando a fase em que cumpria prisão domiciliar.
O pedido da defesa para que continuasse em prisão domiciliar humanitária, sob alegação de problemas de saúde, foi rejeitado pelo relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes.
A partir disso, o ex-presidente permanece detido na PF até que sejam definidos o regime de cumprimento da pena ou eventual transferência.
Diferenças entre os regimes de detenção
Prisão na PF (actual)
- Bolsonaro está em uma “sala de Estado-Maior”, destinada a autoridades, com benefício de cela individual estruturada: cerca de 12 m², com cama, banheiro privativo, ar-condicionado, frigobar, TV, janela, mesa e armário.
- Visitas estão restritas: apenas advogados e equipe médica têm acesso automaticamente; demais visitas dependem de autorização judicial.
- Atendimento médico já autorizado previamente — o que era um dos argumentos da defesa.
- A PF funciona como prisão preventiva: é uma medida cautelar, antes do início do cumprimento definitivo da pena. Isso significa que a permanência ali pode ser temporária, até decisão sobre o regime de pena.
Prisão domiciliar
- Antes da decisão de prisão preventiva, Bolsonaro cumpria prisão domiciliar desde agosto de 2025. A tornozeleira eletrônica monitorava seus deslocamentos, e ele estava proibido de usar redes sociais e manter contato com embaixadas ou autoridades estrangeiras.
- A defesa pediu manutenção da domiciliar em caráter humanitário, alegando questões de saúde crônicas.
- Com o novo mandado de prisão, esse regime foi rejeitado — ou seja: a possibilidade de Bolsonaro cumprir pena em casa foi descartada por ora.
Prisão na Papuda
- A Papuda é o principal presídio de Brasília. Se Bolsonaro for transferido para lá após sentença ou determinação de regime fechado, ele seria alocado no bloco destinado a “presos especiais” (políticos, ex-autoridades etc.) — geralmente o Centro de Detenção Provisória (CDP).
- O conjunto prisional está sobrecarregado: várias unidades operam com superlotação significativa.
- As celas comuns são coletivas, com beliches, banheiros compartilhados — bem diferente da cela individual da PF.
- Visitas na Papuda são mais rígidas: exigem cadastro prévio, roupas específicas, revista; e as datas são fixas (geralmente quinzenal).
- A alimentação e a rotina seguem o padrão prisional comum, sem tratamento diferenciado — salvo eventuais concessões, que no caso de detentos especiais dependem de autorização.
Por que a escolha do regime prisional importa
- Conforto e direitos: A cela da PF oferece conforto, privacidade e tratamento diferenciado — o que, na visão de advogados e da própria defesa, contrasta fortemente com as condições da Papuda.
- Segurança e supervisão: A prisão preventiva na PF permite controle mais rígido da custódia, sem risco de fuga ou mobilização de apoiadores — algo que pesou na decisão do STF.
- Imagem pública e política: Escolher a PF pode evitar reações políticas imediatas e tumultos. Levar Bolsonaro para a Papuda significaria que um ex-presidente estaria em regime fechado comum — algo sem precedentes recentes.
- Condições de saúde: A defesa alegou problemas médicos, mas o entendimento jurídico prevalente é que esses argumentos só podem ser avaliados após definição do local e exame médico oficial — o que ainda não ocorreu.
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