Bolsonaro inicia cumprimento de pena: ex-presidente começa a cumprir 27 anos e 3 meses de prisão

O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro iniciou nesta quarta-feira o cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão, determinada após condenação em segunda instância relacionada ao envolvimento em uma trama golpista que, segundo a Justiça, visava subverter o resultado das eleições presidenciais de 2022. A entrada de Bolsonaro no sistema prisional marca um dos episódios mais significativos da história política recente do Brasil.

A transferência do ex-mandatário para a unidade de detenção ocorreu sob forte esquema de segurança. Escoltado pela Polícia Federal, Bolsonaro chegou ao local por volta das 8h15, evitando o contato direto com a imprensa. Nas imediações, grupos de apoiadores e opositores se enfrentaram em manifestações que exigiram reforço policial para conter tumultos.

A decisão judicial, publicada na noite anterior, considerou que há provas “robustas e consistentes” de que o ex-presidente participou de articulações destinadas a desacreditar o sistema eleitoral e incentivar atos que culminaram em ataques às instituições democráticas. A sentença também destacou que “o ataque coordenado às estruturas da República não pode permanecer sem resposta firme do Estado”.

Especialistas em direito penal e ciência política avaliam que a prisão de um ex-chefe de Estado por crimes contra a ordem democrática representa uma mudança profunda na forma como o país lida com violações institucionais. “É um ponto de inflexão. A democracia brasileira está dizendo que ninguém está acima da lei”, afirmou a professora de direito constitucional Mariana Duarte.

O governo federal evitou declarações contundentes, mas fontes do Planalto afirmam que a orientação é manter absoluta separação entre Executivo e Judiciário, reforçando o argumento de que o processo seguiu os ritos legais.

Bolsonaro, por meio de seus advogados, nega todas as acusações e já anunciou que recorrerá às instâncias superiores. A defesa sustenta que o processo teria motivações políticas e que a pena aplicada é “desproporcional”.

Apesar da expectativa de novas disputas jurídicas, o início do cumprimento da pena altera o tabuleiro político nacional. Analistas apontam que a prisão de Bolsonaro pode reorganizar a direita brasileira, abrir espaço para novas lideranças e intensificar tensões já presentes no cenário político.


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